Finados

Dia de orações e homenagens nos cemitérios de Santa Maria

Mariana Fontana

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Recostada junto a um dos paredões de sepulturas que circundam o Cemitério Ecumênico Municipal de Santa Maria, a dona de casa Fernanda Leão Soares, 35 anos, reservou alguns minutos da tarde desta segunda-feira, Dia de Finados, para matar a saudade do filho Felipe, que morreu com apenas dois anos, em janeiro de 2014. A seu modo, ela orava baixinho e acendia velas em um pequeno nicho instalado na lápide, adornada por vasos de minicrisântemos, gerânios e rosas.

_ Ele estava sempre comigo. Eu não costumo vir ao cemitério porque foi difícil de aceitar a perda. Mas o tempo vai passando e confortando, fazendo com que a gente aceite. Venho para rezar por ele e para me sentir em paz _ relatou a mãe, emocionada.

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Como ela, o dia dedicado aos falecidos levou muitas pessoas aos cemitérios espalhados pela cidade. No Jardim da Saudade, no bairro Caturrita, o aposentado Adão Ernesto Sccott, 81 anos, e os filhos, Neiva, 46 e Noé, 31, rezavam em frente ao túmulo da família. A mulher de Sccott, Iranita, morreu há oito anos e, desde lá, os três se reúnem em diferentes datas para homenageá-la. O companheirismo permaneceu, mesmo depois da morte. Além do Dia de Finados, a família visita o jazigo também no Dia das Mães, na data do aniversário de Iranita, e outras vezes durante o ano, sem um motivo especial, apenas por saudade.

_ Quando ela faleceu, íamos completar 50 anos de casados. Sempre fomos muito companheiros. Enquanto eu puder, vou vir prestar essa homenagem a ela e trazer suas flores preferidas, as rosas _ garante o aposentado.





Além de dedicar orações e levar flores aos ente queridos, muitas pessoas também homenagearam Mariazinha Penna, uma espécie de santa popular cultuada no Ecumênico e a quem são atribuídos muitos milagres e graças. Por volta das 15h, um grupo rezava o terço junto da sepultura. O momento de oração acontece todas as segundas-feiras, há mais de 45 anos. A aposentada Santa de Mello, 67, acredita firmemente em Mariazinha.

_ Minha filha estava entubada, em tratamento contra um câncer, esperando a hora dela. E eu rezei muito, pedi para a Mariazinha e foi por intercessão dela que hoje a minha filha está bem _ afirma Santa.

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A dona de casa Ceny da Rocha, 65, participa do terço há mais de 30 anos e também garante que teve graças alcançadas:

_ Viemos agradecer, pedir e orar pela Mariazinha. Tenho quatro filhos e sempre pedi por eles, para que conseguissem emprego assim que se formassem e sempre fui atendida.

Maria madrugou para levar suas flores ao Ecumênico

As centenas de rosas, crisântemos, palmas e miniestatísticas espalhadas pelos túmulos dos cemitérios mostra que o Dia de Finados também foi de muito trabalho para quem vende flores. A agricultora Maria Zorzella Souza, 56 anos, traz a produção que cultiva no distrito de Três Barras para ser vendida em Santa Maria há mais de três décadas.

Nesse ano, foram mais de 5 mil unidades, disponibilizadas em uma banquinha em frente ao Cemitério Ecumênico.

_ Em todas as datas, colocamos as flores para venda aqui, já é tradicional. Neste ano, o temporal prejudicou um pouco e tivemos que comprar de São Paulo. Mas ainda temos algumas para vender _ afirma Maria.

Entre as 5"

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